quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CARTA DOS LEITORES






CONTINUAÇÃO.







"Nesse momento meus sentimentos vieram à tona mais uma vez. Fiquei dias chorando, triste, estava muito fria e indiferente com meu atual namorado.
Ficava imaginando como foi a cerimônia de casamento dele, a lua de mel, que eu era a mulher que deveria estar com ele neste momento. Tentei retomar o controle de minha vida quando conversando com outro amigo dele, fiquei sabendo que durante o período que passamos juntos antes dele noivar, ele estava comigo e ao mesmo tempo com a tal vizinha de rua dele. Ou seja, MENTIU PRA MIM quando falou que não estava mais com ela.
Esse mesmo amigo me aconselhou a seguir meu rumo e permanecer com quem estava e esquecer de vez o dito cujo. Falou também que se eu tivesse um mínimo de juízo e amor próprio, sequer amizade eu teria com ele, pois muitas vezes falara mal de mim pelas costas e ria com o fato de que tudo o que falava eu acreditava como uma otária.
O tempo foi passando e apenas as notícias chegando aos meus ouvidos. Certa vez, soube que chegou em  casa tão embriagado que discutiu com a sogra,pois a mesma não admitia que morando em sua casa tivesse aquele tipo de comportamento.Ainda mais sendo um homem casado e prestes a ser pai.
No meio da discussão a esposa se meteu e mais uma vez ele bateu nela. Quase que foi preso, pois o pai da garota queria denunciá-lo, só não o fez porque ela deixou por menos e não queria que os vizinhos soubessem.
Quase um ano depois,quando penso que tudo está resolvido,eis que ele me procura outra vez.
Veio falar comigo com um pretexto furado, inventando que soube que eu queria falar com ele. Falei que não era verdade, que estava com um namorado e que não tinha porquê querer conversar com ele.Contou que a vida na casa da sogra era insuportável,que a mesma era o diabo personificado e que depois que casou a mulher ficara mais temperamental e ciumenta.
Comentou o quanto o filho dele é lindo e esperto, que estava batalhando emprego e tentando voltar pra faculdade no mesmo curso. Acabou que no final da conversa me beijou e falou que sentia saudades, e que se pudesse voltar no tempo não teria casado com quem casou.
Me fez prometer que iríamos nos ver de novo, que sentia falta do meu corpo e do meu cheiro...!
E eu, pra variar, como uma besta me enchi novamente de esperanças e passei a me encontrar com ele escondido.Desta vez,também assumi o papel nojento de traidora que ele sempre fizera sem o menor pudor.
Porém não aguentei a situação, e com a consciência ficando cada vez mais pesada resolvi terminar com o namoro de quase 2 anos. Tudo porque achei que o outro iria se separar da mulher e finalmente ficar comigo, um tremendo ENGANO. MAIS UM!
Ninguém acreditou quando soube o que eu fiz e com quem “estava”. Minhas amigas quase me matam, minha mãe falou que se eu apanhasse mais uma vez da esposa dele, me daria uma surra por cima da que levasse, o rapaz com quem terminei fez de tudo para eu desistir da idéia, porém em vão.
Ficou arrasado. Mudou-se para outro bairro por não suportar estar no mesmo lugar que eu, e saber que outro estava naquele momento em seu lugar.
Como sempre no começo tudo foi muito bom, até que chegando as festas do final daquele ano, prometera que iria estar comigo na noite de natal e não compareceu.
Quando indaguei sobre o motivo do “bolo”, falou muito tranquilamente que não seria louco de deixar os filhos e a esposa em plena noite de natal. Que esse tipo de comemoração é feita em família, e que eu não sou a família dele. Mesmo assim ainda continuamos.
Após mais três meses, aconteceu mais um episódio com a mulher dele. Ela soube que mais uma vez estávamos juntos, e mais uma vez me procurou para brigar. Só que desta vez eu estava com minhas amigas e amigos, saindo do cursinho que estava fazendo pra tentar o vestibular no final do ano. Os mesmos não deixaram que ela me tocasse, porém não poupou palavrões e ainda falou que se eu não deixasse sua família em paz iria a minha casa ter uma séria conversa com meus pais.
Disse que iria perguntar a eles que tipo de educação havia me dado para eu sair por aí dando em cima de marido alheio. E por fim falou o que mais me machucou. Que ele poderia estar de rolo comigo, mas que era com ela que ele estava e CONTINUARIA CASADO.
Fiquei com muita raiva, dessa vez tive vontade de ir pra cima dela. Minhas amigas ficaram falando que era bem feito o que aconteceu, e que se não fosse por elas e os meninos estarem por perto eu teria virado picadinho. Que não sabiam o que eu tinha na cabeça pra continuar alimentando expectativas com uma pessoa mau caráter como ele, e que o mesmo não me amava apenas queria curtir e brincar comigo.
Algum tempo depois, vivi o pior momento dessa história.
Ele teve uma discussão muito feia com a “excelentíssima” e voltou pra casa da avó. Achei que desta vez a separação entre eles finalmente aconteceria e que por fim ficaria comigo. Pra minha triste e grande surpresa, descobri que estava NAMORANDO SÉRIO a tal vizinha de rua dele ao mesmo tempo em que estava comigo e a mulher, e que foi esse o motivo da sua saída de casa.
Soube da pior forma. Em uma noite saindo com meus amigos para o cinema, flagrei-o com a “tal” aos beijos na mesma lanchonete que entramos para fazer uma boquinha antes da sessão começar.
Fiquei tão cega de ódio que tomei a pior atitude da minha vida, e estraguei a minha diversão e a dos meus amigos.
Avancei na garota e meti um murro na boca dela. A mesma também me atacou e nos atracamos no chão da lanchonete. Todos olhavam e gritavam, riam ou pediam para alguém apartar.
Estava com tanta raiva que até o celular dela joguei no chão quebrando o aparelho.
Ele por sua vez me segurou e fez algo que jamais pensei que fizesse comigo, me deu um murro no nariz. Ainda me pegou pelos braços e sacudiu meus ombros, falando que eu era uma doente, que procurasse um tratamento e que eu não era NADA dele para tomar aquela atitude. Que nem da esposa dele aceitava aquele tipo de comportamento. Acho que foi a única vez que falou a verdade pra mim, pois eu mesma já havia constatado pessoalmente a veracidade do que falou, quando fui atacada pela mulher dele em outro tempo.
E ali estava eu, na mesma situação dela. Com o nariz sangrando, morta de vergonha e uma dor imensurável dentro de mim.
Meus amigos me levaram pra casa de um deles para fazer curativos, porém meu olho também estava roxo. Ficaram completamente decepcionados comigo, me deram muitos sermões e falaram que eu passei dos limites. Ainda disseram que infelizmente naquele momento teriam que concordar com o que o outro falou que eu precisava procurar um especialista, pois aquilo estava se tornando doentio e bastante nocivo pra mim.
Chegando em casa minha mãe quase tem um ataque cardíaco.Pensou que eu havia sofrido um assalto,quando um de meus amigos explicou a verdade para ela.
A mesma não me bateu porque estava mais preocupada com o meu estado do que com o que eu havia aprontado. E meus amigos pediram que não fizesse nada além de dar sermões, pois já estava sofrendo muito.
No dia seguinte a confusão estava armada. A minha mãe foi na casa da avó dele tomar satisfações e contou para ela o que aconteceu. A mesma falou que a culpa era minha, pois eu sabia quem era o safado, sabia que ele não queria nada comigo, além de ter esse relacionamento ioiô com a esposa e mesmo assim ficava correndo atrás dele!
Minha mãe perdeu as estribeiras e gritou que por causa dele, por ter me procurado, eu terminei dois namoros promissores. Que ele é quem vive atrás de mim, principalmente quando estou finalmente vivendo minha vida em paz. Ele apenas ouvia a discussão das duas calado, e por fim pediu desculpas a minha mãe pelo o que me fez e que não me procuraria mais.Porém falou isso por medo de ser denunciado à polícia,pois minha mãe estava decidida a colocá-lo na cadeia.
Quando chegou em casa me contou como foi a “conversa” na casa da avó dele e me deu mais sermões.Falou que se soubesse que eu estava envolvida com ele outra vez seria capaz de vender a nossa casa e comprar outra em outro estado,apenas para me afastar do alcance dele.Que antes disso me daria uma surra,e passou na minha cara o fato de uma mulher da minha idade,uma adulta,apanhar dos pais por coisas tão idiotas como uma criança de oito anos.Falou também que como castigo,eu iria entregar à ela parte do meu salário quando recebesse, para comprar um celular novo para a infeliz da menina com quem briguei.Fiquei bastante revoltada!
Decidi me dedicar aos estudos para o vestibular que estava próximo, a fim de esquecer o maldito episódio da lanchonete e mais uma tentativa de esquecer o outro. Felizmente passei nas provas e voltei com força total à universidade, para o curso que eu queria e fazia antes de perder a vaga.
O ruim era ter que começar tudo de novo depois de muito tempo parada, pois já deveria estar formada há tempos. Porém, antes tarde que nunca!
Passado alguns meses, soube que ele terminou com a fulaninha com a qual fui às tapas e voltou para a “Amélia”. E para completar, ela estava esperando o segundo filho deles.
Mais uma vez sofri muito. Não entendia como ele podia permanecer com alguém que não conseguia ter um relacionamento saudável e tranquilo, e ainda ter mais um filho com ela.
Certa vez quando saía da universidade, recebi uma estranha visita que me aguardava no portão de saída. Era a ex dele, a que briguei na lanchonete.
Quando a vi pensei: ”Pronto. Irei trocar tapas outra vez!”. Fui já “armada”, preparada para o caso dela querer me bater. Pra minha surpresa, falou que apenas queria trocar algumas palavras comigo.
Primeiro agradeceu pela restituição do dano material que lhe causei e que lamentava muito o episódio passado. Que não é de brigar e tão pouco por causa de homem.
Falou que a pior coisa que fez foi namorar aquele imbecil e que nunca mais queria saber do mesmo.
Também me disse que eu não a interpretasse mal, mas que eu procurasse desencanar dele, pois durante o tempo em que passaram juntos muitas vezes falou mal de mim para ela.
Até coisas íntimas que ocorreram entre nós ele escancarou, sem nenhuma discrição ou consideração. Falou que sabia que eu não acreditaria nela e confessou que realmente estava me contando aquilo em parte para se vingar dele, mas que não estava mentindo.
Eu pedi desculpas por minhas atitudes, porém que ela não esperasse que eu me tornasse sua melhor amiga e me juntasse a ela para alfinetar o outro. A mesma falou que tudo bem e por fim se despediu e se mandou.
Fui para casa chorando. Liguei para minha melhor amiga e a chamei para me fazer companhia, pois não queria desabafar com mamãe, pois a mesma já estava cheia dessa conversa.
Conversando com minha amiga, ela me aconselhou falando que realmente seria possível que ele tivesse falado mal de mim não apenas para  essa ex que me procurou, mas para MUITA GENTE.
E que ela não havia sido a única pessoa a expor tal fato, que eu procurasse me lembrar disso.
Passei um período atormentada com essa dúvida e ao mesmo tempo sofrendo por estar com saudades dele, relutando para não fazer mais uma asneira.
Infelizmente não me segurei e o procurei com o pretexto de esclarecer sobre o que a tal garota havia me dito. Encontramos-nos na casa de um amigo dele que morava sozinho, e que às vezes cedia o local para os nossos encontros secretos.
Contei para ele o que ouvi de sua ex e imediatamente me falou que ela é uma retardada, que nunca falou mal de mim nem para ela e para NINGUÉM. E quanto ao que os dois amigos dele me falaram no passado eu não levasse em consideração, pois eles estavam a fim de me “pegar”!
Disse ainda que a  ex falou aquilo pra me tirar do caminho,e que ainda o queria e vivia atrás dele.Que foi a pior mulher que pegou e que a transa era uma droga só!
De repente neste momento começou a me acariciar, e falou que sentia saudades. Bastou isso para eu me atirar outra vez em seus braços.
Transamos a noite toda. Liguei para meus pais mentindo estar na casa de uma colega da faculdade para concluir um trabalho, e que voltaria para casa a tempo de me arrumar para me dirigir à empresa.
Porém depois disso passei um tremendo susto e mais uma vez ele me decepcionou.
Suspeitei estar grávida e contei para ele. Como resposta me falou que se eu estivesse mesmo assumiria a criança, porém eu deveria permanecer calada e nunca deixa chegar aos ouvidos de ninguém que a criança era dele. Que se possível eu me mudasse de bairro e inventasse que o pai era um ex-namorado recente.
Fiquei sem acreditar no que ouvia e falei: ”Você falava que queria ter filhos comigo. Lembra? Por que tenho que esconder a paternidade? Isso não ficaria em segredo por muito tempo, um dia a bomba iria estourar de um jeito ou de outro.” E então, o canalha simplesmente disse que eu me virasse. Como eu iria esconder esse fato não interessava, pois o que realmente importava era que aquilo não chegasse aos ouvidos da esposa, pois naquele momento estava tentando finalmente estabelecer a paz entre eles.
Perguntei o que significou para ele a nossa última noite de amor, e ele respondeu que foi apenas um revival. E que eu estava confundindo saudade de uma boa transa com outra coisa nada a ver!..."



CONTINUA...